Abolir os subsídios aos combustíveis fósseis e direcionar os fundos para energia renovável parece uma vitória fácil para o clima. Afinal, os esses estímulos correspondem a 0,5% do PIB global – o equivalente ao “gap” de financiamento necessário para cumprir o Acordo de Paris. Entretanto, livrar-se deles acarreta em custos elevados para os consumidores, especialmente, para as famílias mais pobres. Estimativas da OCDE e da Agência Internacional de Energia (AIE), mostram que o valor gasto com subsídios aos combustíveis fósseis foi de 468 bilhões de dólares em 2019 (em 81 países). A Figura 1 revela que esses estímulos superam os das energias renováveis na maioria dos países, com a UE-28 e os EUA sendo exceções notáveis. Conforme a Figura 2 ilustra, é provável que isso ocorra devido à presença de uma grande indústria nacional nesse segmento, que possui forte poder político e de lobby em muitos países. Assim, subsídios excepcionalmente altos são pagos na região MENA (Oriente Médio e Norte da África), bem como na Austrália e na Venezuela.
Figura 1: Comparação dos subsídios globais de combustível fóssil vs. energia renovável