O segundo corte seguido na taxa de juros pelo Banco Central do Brasil (BC), chegando a 5,5%, pode ser interpretado como uma tentativa de impulsionar o mercado em meio a entraves estruturais para o crescimento econômico. Em outras palavras, após um ano de cautela, ao reconhecer os riscos domésticos e estrangeiros na perspectiva da inflação, o BC adotou uma postura expansionista.
O Comitê de Política Monetária (COPOM) reconheceu que “a consolidação do cenário benigno para a inflação deve permitir um ajuste adicional do grau de estímulo”, o que cria as condições para mais um ou dois cortes na taxa de juros este ano. Esses cortes devem ter o efeito de estímulo desejado somente depois que o risco político se dissipar e a confiança das empresas se recuperar parcialmente, em especial quando a reforma da previdência for votada no Senado no mês seguinte.
Ainda assim, o BC mantém sua cautela, afirmando que “a perspectiva para o futuro segue incerta, e persistem riscos de uma desaceleração mais acentuada no crescimento global”.