As empresas europeias (não financeiras) aproveitaram os empréstimos garantidos pelo Estado para acumular reservas de caixa, especialmente, na França (EUR183,8 bilhões), Reino Unido (GBP157 bilhões) e Itália (EUR84,5 bilhões). Olhando para os subsídios e programas de desemprego parcial, entre o primeiro e o terceiro tri de 2020, descobrimos que o apoio estatal contribuiu para a manutenção da lucratividade durante a crise. Principalmente, para empresas na Holanda, Bélgica e Reino Unido (ver Figura 1). Esse suporte também foi fundamental para reduzir as perdas e proteger o fluxo de caixa.
Em paralelo, os depósitos totais dessas empresas cresceram em todos os países europeus, com os maiores aumentos registrados na França (+ 26% para EUR880,3 bilhões), Reino Unido (+ 26% para GBP757,4 bilhões) e Itália (+ 27,5% para EUR 391 , 6 bilhões) - ver Figura 2. No entanto, comparando o aumento nos depósitos com o aumento dos novos empréstimos bancários, descobrimos que os maiores excessos de caixa se concentram no Reino Unido (GBP117 bilhões), Alemanha (EUR84 bilhões) e França (EUR79 bilhões) - consulte a Figura 3. Isso significa que, nesses países, as “non-financial corporates” ou NFC utilizaram novos empréstimos para formar reservas de caixa. Nos países onde a diferença entre o aumento dos depósitos e o aumento dos empréstimos é negativa (Holanda e, em menor medida, Itália), as empresas utilizaram parte das suas reservas de caixa além dos empréstimos.
Figura 1: Apoio estatal às NFCs, liquidez direta vs garantias