Os EUA, Alemanha e Dinamarca estão novamente entre os três primeiros em nosso Índice de Viabilidade Digital (IVD). O IVD mede a capacidade - e agilidade - dos países em ajudarem as empresas digitais a prosperar. O índice é composto por 115 nações com base em cinco critérios: regulamentação, conhecimento, conectividade, infraestrutura e tamanho. Em 2020, os EUA mantiveram a liderança absoluta devido ao avançado ecossistema de conhecimento, tamanho de mercado e regulamentação favorável. A Alemanha, apesar de apresentar bons resultados em conhecimento e infraestrutura, sua qualidade em conectividade caiu, apesar da tendência de aumento contínuo no número de servidores seguros. A Dinamarca começou 2020 com o melhor desempenho em termos de qualidade de conectividade. De fato, depois de triplicar seu número de servidores seguros em 2018, o país atingiu um número maior do que a China e o Canadá (com uma população de apenas 6 milhões de pessoas).
Ainda assim, a ascensão da China parece imparável. Nos três anos anteriores ao surto da Covid-19, o país passou da 17ª para a 4ª posição. Os chineses têm visto suas pontuações crescerem em todos as categorias: regulamentação (+7,4), conectividade (+1,3) e conhecimento (+12), esta última devido a um aumento na capacidade de inovação em 2019. No entanto, ainda existe margem para o país aumentar as habilidades digitais de sua população. Isso permitirá que as empresas chinesas explorem o potencial de inovação com mais eficiência.
Os dados também mostram que outras nações asiáticas fizeram progresso: Hong Kong, agora na 7ª posição, anteriormente na 11ª. Coréia do Sul, na 12ª posição acima da 16ª posição. Seis dos 15 principais viabilizadores digitais estavam na região Ásia-Pacífico no final de 2019. Outras progressões notáveis incluem o Vietnã de 67ª para 57ª e a Arábia Saudita de 53ª para 41ª, confirmando uma clara vontade de transição para um novo modelo de crescimento.
Nossas estimativas mostram que um ponto adicional na pontuação no Índice de Viabilidade Digital de um país em 2020 se traduziu em +0,25 pp de crescimento do PIB no terceiro tri de 2020 a/a, sugerindo que a digitalização desempenha um papel de amortecedor. A interpretação econômica é que os países cujo ambiente era mais propício à digitalização (boa conectividade, tamanho de mercado, regulamentação, logística e conhecimento) responderam à crise acelerando sua transformação digital multidimensional. Esses países, provavelmente, implementaram processos digitais em suas respectivas estruturas burocrática-administrativa para ajudar empresas e cidadãos a receber ajuda financeira ou sanitária rapidamente; do lado da demanda, o consumo com a ajuda de plataformas da web manteve o comércio resiliente; e, do lado da oferta, em termos de formas de trabalho das empresas (trabalho remoto, redução da jornada de trabalho, etc.).
Nossas estimativas também apontam para uma relação estatisticamente significativa entre três variáveis: o desempenho econômico de um país, a participação do setor de serviços na sua economia e o aumento do seu déficit fiscal. As economias orientadas para serviços (artes, recreação, restaurantes, hotéis e outros setores relacionados ao turismo) sofreram relativamente mais. Quanto à ampliação do déficit público, parece que o aumento dos gastos está associado à gravidade das medidas de “lockdown”; os países mais agressivos no fechamento de suas economias recorreram a ações compensatórias do lado fiscal para absorver o choque.
Tabela: TOP 40 IVD em 2020